sexta-feira, 12 de abril de 2013

Poliartrite em Potros


A poliartrite dos potros pode ser de dois tipos: septicemia do recém-nascido e septicemia tardia.

Septicemia do recém-nascido:

É uma infecção causada pela bactéria shigella equirulis. As fontes de contaminação são a via umbilical e a via oral, sendo considerada muito difícil que a transmissão ocorra durante a vida uterina.
Quando o potro nasce, aparenta ser saudável, no entanto, dentro de dois a três dias a doença se manifesta. Esta infecção é facilitada nos potros recém-nascidos com o sistema imunitário deficiente por não terem ingerido uma quantidade suficiente de colostro (primeiro leite materno).

Septicemia tardia:

Este tipo é causado pela bactéria strepcoccus pyogenes, sendo sua via de entrada principal a umbilical, podendo também ser transmitida durante a vida uterina.
Os primeiros sintomas aparecem entre 14 a 21 dias de vida, sendo rara aparecer mais tarde. Ela afeta as articulações dando origem a poliartrite. No final de uma semana, podem estar afetadas as demais articulações, podendo afetar, principalmente, as articulações dos quatro membros. A dor é tão intensa, que o animal praticamente não pode permanecer parado, nem mamar, passando grande parte do tempo deitado. Às vezes, a septicemia resulta em uma meningite.

Sinais Clínicos:

O curso dessa afecção pode ser de dois tipos: agudo a subagudo.

No caso agudo da doença, os potros passam a manifestar os sintomas da doença 24 a 72 horas após o nascimento. Os sinais apresentados são: prostração, não mamam, febre (40-41 ºC), mucosas de cor roxo intenso, param com dificuldade, apresentam tremores musculares, pode apresentar dores articulares (especialmente na articulação do joelho do tarso e do carpo). Há também a presença  de diarreia, levando o animal à desidratação muito rapidamente, entrando em acidose (diminuição do pH de todo o organismo); aparece também secreção nasal mucopurulenta.


Já  no caso subagudo, os potros nascem normais, no entanto, após poucas horas do primeiro dia de vida mostram os primeiros sintomas que são: prostração, depressão, param de mamar, tremores musculares, febre (41 ºC), mucosas pálidas, polipnéia, dispnéia e olhos fundos (sinal de desidratação). A enfermidade segue seu curso levando à óbito dentro de 15 a 24 horas.



Havendo suspeitas dessas septicemias, deve-se realizar o diagnóstico.
Deve-se obter uma história completa do animal e ser realizado o exame físico da performance em todos os cavalos com suspeita desta enfermidade. Caso o animal apresentar muita dor, a frequência cardíaca e a frequência respiratória podem estar elevadas. É observado hipertermia periarticular, edema da articulação, dor à palpação, feridas e outras evidências de trauma próximos ou distantes das articulações envolvidas. 
Em potros, diarreia, infecção umbilical, pneumonia, ou doença sistêmica é comum estar presente.
O diagnóstico depende da sensibilidade da articulação à infecção, observa-se aumento do volume, leucócitos e proteínas, formações de grumos, e perda da viscosidade.

Tratamento:

Obtendo o histórico do animal como: trauma, injeções intra-articulares, cirurgias e doenças sistêmicas em potros, deve ser considerada uma emergência e tratada mais efetivamente com o diagnóstico precoce. 
Afirma-se que as articulações contaminadas ou infectadas devem ser tratadas como uma
emergência cirúrgica.
Para isso, é feita a utilização de fármacos capazes de atingir boas e rápidas concentrações intra-articulares; sendo a via sistêmica a forma de administração mais recomendada (aplicada diretamente onde se deseja a ação), são administrados antibióticos que propiciam concentrações terapêuticas no fluido articular com a administração sistêmica.



Prognóstico:
O prognóstico do equino, depende do tratamento que o animal for submetido, quanto mais cedo o tratamento for iniciado, melhor será a possibilidade de o animal voltar a sua atividade.
O prognóstico em longo prazo pode ser muito bom se a infecção for controlada cedo. Vários meses de repouso devem ser concedidos após qualquer episódio para permitir que a cartilagem articular possa recuperar forma normal de matriz extracelular e sua função. 
O prognóstico para os potros é inferior à dos adultos, devido as complicações associadas com envolvimento de múltiplos órgãos e septicemia.

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